No intervalo...

Photo by Pawel Czerwinski / Unsplash
Comme l’exprimait un jour à sa façon le peintre Francis Picabia: “Notre tête est ronde pour permettre à la pensée de changer de direction”.

Manter um blog não é algo trivial – se a página é sua, de sua propriedade, você determina a frequência que manterá no contato com seu leitor e, por óbvio, o que você escreverá: haverá um tema ou serão variados, como a vida é? Terá escritores convidados?

Você que nos tem acompanhado aqui, sabe que este é o blog do LETS, nosso Laboratório de Estudos em Turismo e Sustentabilidade, que integra o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB). Por essa razão, publicamos as opiniões e as reflexões que os membros do grupo escrevem na intenção de divulgar suas pesquisas e nossa contribuição para a ciência e o conhecimento.

Ficamos felizes por ter você como nosso leitor. Queremos que essa parceria permaneça e para isso, nos esforçamos diariamente de modo que consigamos trazer para você textos com qualidade e diversidade – porque é nisso que acreditamos. É a diversidade de opiniões, de modos de pensar e de viver que nos conduzem a novos patamares de compreensão da vida e de seus desafios.

Nesta semana estamos, como sugere o título do nosso texto, aguardando as novidades que vêm por aí – no intervalo. Então, decidimos pensar em breves linhas, sobre a frase do pintor Francis Picabia (nascido em Paris, em 1879), que abre nosso texto.

Formado pela Escola de Belas Artes (Paris), Francis-Marie Martinez Picabia parecia ter gosto em escandalizar o público, tanto por sua espontaneidade como por sua ironia. Aliou-se ao Cubismo em 1909, depois ao Dadaismo de Marcel Duchamp e Man Ray (1913). Mais adiante,  integrou-se ao Surrealismo e, finalmente, retornou à pintura abstrata. Morreu em Paris em 1953.

Alguém poderá questionar tanta “movimentação” por diferentes áreas, escolas ou modos de expressão. Contudo, numa época em que as especializações são tantas e, muitas vezes, tão específicas e quase exclusivas ou particulares, acreditamos ser bom lembrar de alguém que trouxe contribuições inegáveis para as artes de maneira tão única, exatamente por ser tão plural.

Assim, em época de tanta contradição, entre a monotonia dos discursos iguais e as mesmices do pensamento em esforços para nos fazerem “homogêneos” no pensar e no viver, a diversidade e a pluralidade se impõem com urgência. Mas, para isso, é necessário que mantenhamos nossas mentes abertas às diferentes opiniões, modos e formas de pensar e de fazer, de sentir e de ser.

E é para isso que estamos aqui – para trazer a diversidade do pensamento, dos temas e das reflexões. É por isso que nossas cabeças, como a de Francis Picabia, é “redonda” –  para permitir que o pensamento mude de direção.

Iara Brasileiro

Iara Brasileiro

Professora da Universidade de Brasília. Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora do Laboratório de Estudos em Turismo e Sustentabilidade (LETS/UnB).
Brasília