Gosto de pensar sobre expressões que costumo dizer. Até onde elas são, de fato, verdadeiras ou, ao menos, até onde elas se baseiam em algo racional.
Esse é o caso de “vivermos dias novos”... E não são, todos, sem exceção, novos? Porque, afinal, ontem já passou e amanhã ainda não chegou, e, quando chegar, já será “hoje” e, portanto, “novo”. Os dias são novos todos os dias!
Você pode se perguntar a que vem tudo isso? Explico.
Dia desses, em reunião do nosso Laboratório de Estudos em Turismo e Sustentabilidade (LETS), tivemos a oportunidade e o prazer de ouvir Jaqueline Gil, diretora de Marketing internacional, Negócios e Sustentabilidade da Embratur, e alguns dos seus colaboradores diretos, nos contando dos “Avanços e desafios na promoção internacional do turismo brasileiro” nesse um ano e meio de novo governo. Para quem não pode estar conosco, vale conferir a conversa no canal YouTube do CDS.
E por que vale a pena?
Eu poderia enumerar muitas razões, mas vou dar apenas, duas:
1. Após um período de triste memória, a Embratur divulgou o país como Brazil (sim, com z!...), em que sistematicamente fomos estimulados a perder nossas referências nacionais. Há um ano e meio voltamos a ser Brasil (com s), trazendo de volta, com essa pequena letra, nossos identificadores como povo e nação e toda a diferença que essa mudança, essa retomada do passado, pode significar e induzir! Não, não é só a bobagem de uma letrinha...
2. A diferença que faz quando o planejamento e a execução de alguma ação se faz com cuidado e esmero, com paixão e alegria, com determinação e elegância. É aí que a intensidade se revela na delicadeza e na suavidade.
Informação, inteligência e gentileza
Quando entendemos que projetos e ações que um dia funcionaram podem – e devem – ser atualizados e aperfeiçoados, faz toda a diferença. Entender que o Brasil mudou, que o mundo mudou, que o turismo mudou, faz toda a diferença. Assim, é preciso obter novas informações e tratá-las com inteligência e, não, apenas, como números e estatísticas áridos e sem humanização. É preciso lembrar que o turismo se faz por pessoas, seres com necessidade, desejos e sonhos; que pessoas têm sentimentos e gostam de atenção e afeto. Somos diferentes mesmo pertencendo à mesma espécie animal. Descobrir, estudar e compreender essa diversidade é um dos aspectos que nos tornam tão singulares.
Ao olhar para a diversidade cultural e natural do Brasil, ao pensar e planejar as maneiras de nos mostrar para o mundo, a Embratur da “União e Reconstrução” nos traz alento e esperança de que, sim, é possível pensar diferente e propor vivermos “dias novos”. Dias de esperança e mudanças. Nossos dias novos são novos porque carregam inteligência, determinação, trabalho, planejamento e vontade de mostrar que mesmo nos comportando de modo bruto com a natureza e com outros humanos, ainda podemos, se assim quisermos – mudar nosso olhar e nossa perspectiva.
A inteligência nos permite criar a partir da observação e da pesquisa. Mas essa inteligência será um tanto fria, áspera e, até, tediosa, se não vier acompanhada de beleza e graça.
Foi percebendo isso que a Embratur abraçou as causas “Adote um coral” e “Onçafari”, iniciativas focadas no turismo regenerativo.
Era o que faltava!
A esperança e a gentileza estão de volta! Que alívio, saber que há pessoas interessadas – de fato – na recuperação não somente da natureza e da biodiversidade, mas da nossa capacidade de sermos gentis e cuidadosos com esse planeta que temos o privilégio de habitar!